O exercício físico intenso altera o sistema antioxidante, aumentando a
geração de radicais livres e/ou diminuindo a concentração de
antioxidantes. Assim o objetivo deste estudo foi verificar os efeitos da
oferta de vitamina C através de um suplemento alimentar e dieta rica em
ácido ascórbico no estresse oxidativo induzido pelo exercício. A
amostra foi composta por 13 nadadores de elite (6 homens e 7 mulheres),
com idades entre 18 e 26 anos, IMC médio 21,8kg/m², que treinavam em
média 19,4h semanais. Os atletas foram submetidos à carga de exercício
aguda em 3 fases, controle (C), dieta rica em vitamina C (D) e
suplemento de vitamina C (S), nas quais amostras de sangue foram
colhidas antes, imediatamente após e 24 horas depois do exercício, para
determinação bioquímica e do estresse oxidativo. O uso de suplementos
alimentares foi feito pela maioria dos nadadores (92,3%), e os
suplementos mais usados eram Maltodextrina, associação de proteína e
carboidrato, enquanto o relato do consumo de antioxidantes não foi muito
freqüente (25%). Em relação ao consumo de antioxidantes, os nadadores
apresentavam consumo alimentar variável de vitamina C, sendo que muitos
deles apenas adequaram o consumo devido à adição feita pelo estudo. O
consumo de vitamina E foi inadequado para todos os atletas, já o consumo
de selênio, retinol e zinco tiveram uma grande oscilação. Durante as
fases o único antioxidante que apresentou flutuações foi o ácido
ascórbico, que foi menor na fase C em relação às outras fases. Para a
maioria dos indivíduos o consumo de carboidrato e fibras se mostrou
insuficiente, e o de lipídeos e calorias adequados, enquanto o consumo
de proteínas variou bastante. O uso de dieta rica em vitamina C
favoreceu uma menor peroxidação lipídica em nadadores de alto
rendimento, já que apresentou menores valores de FOX, e diminuição da
peroxidação lipídica após exercício, pela diminuição dos valores de
TBARS, enquanto tiveram aumento dos níveis de vitamina C no plasma logo
após o exercício. Enquanto o uso de suplemento de vitamina C, que também
conteve a peroxidação lipídica após exercício, aumentou o poder
antioxidante nos mesmos nadadores, devido maiores níveis do antioxidante
GSH. Os quais sem uso de nenhuma adição de vitamina C tiveram um maior
dano hepático e tecidual, pois apresentaram maiores níveis de TGO,
menores níveis de antioxidantes, devido aos baixos níveis de vitamina C e
GSH, e um aumento do ácido úrico, um antioxidante que aumenta em
situações onde há grande quantidade de radicais livres presentes. Ainda
pode-se verificar que, antes do exercício, quanto mais ácido ascórbico
na dieta mais vitamina C, menos TGO e menos ácido úrico no sangue; e
ainda logo após o exercício e 24 horas depois quanto mais ácido
ascórbico menos TGO e menos ácido úrico séricos. Sendo assim as mudanças
observadas com a adição de vitamina C à dieta de nadadores de alto
rendimento sugere um importante papel do ácido ascórbico plasmático e da
suplementação alimentar na defesa contra o estresse oxidativo induzido
pelo exercício.
http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/17/17138/tde-17052011-120102/pt-br.php
Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto
Efeitos do ácido ascórbico em biomarcadores de estresse oxidativo em nadadores de alto rendimento de Ribeirão Preto/SP - Tese.
Silviane Gonçalves Ribeiro, 5° semestre, Ciências Biológicas
silvianegoncalvesribeiro@gmail.com
Nenhum comentário:
Postar um comentário