quarta-feira, 8 de maio de 2013

Vitamina C tópica é grande aliada contra o envelhecimento facial; conheça seus benefícios


Se você pensa que vitamina C só é indicada para prevenir resfriados e nada tem a ver com a beleza, melhor começar a repensar. Para dizer o mínimo, sua versão de uso tópico - ingrediente que compõe a fórmula de muitos cosméticos – é capaz de destruir os radicais livres, partículas invisíveis que causam o envelhecimento. O ativo também revitaliza a pele por meio da regeneração celular, e ainda dá uma uniformizada no tom da cútis, amenizando o aspecto das manchas.
Quer mais? Alguns testes clínicos mostraram que a substância estimula a síntese de colágeno, uma das fibras de sustentação da pele. “Apesar desse mecanismo não estar totalmente esclarecido, vários estudos associam o uso da vitamina C aplicada diretamente na pele com um aumento na produção local de colágeno", diz a dermatologista Maria Fernanda Gavazzoni, chefe do ambulatório geral de dermatologia do Instituto Professor Azulay, da Santa Casa da Misericórdia do Rio de Janeiro. A médica explica que existem diversas enzimas relacionadas à produção de colágeno que necessitam da vitamina C para atuar em sua forma plena; "sendo assim, acredita-se que o uso tópico da substância possa influenciar positivamente a sua produção", explica.
Antioxidante poderoso
O poder de proteção contra o envelhecimento da vitamina C é indiscutível. Segundo a dermatologista Mônica Aribi, de São Paulo, é o princípio ativo mais eficaz depois do ácido retinoico, sob o ponto de vista tópico. Ela combate os radicais livres e melhora as defesas da pele, pois fortalece a imunidade das células cutâneas. Além disso, tem ação hidratante e aumenta o tônus do rosto. "Esse conjunto de benefícios colabora para a cútis parecer mais jovem”, resume a médica. O efeito preventivo também é intenso. “Por ser um poderoso antioxidante, a aplicação regular da vitamina C tópica é muito útil para a prevenção do desgaste cutâneo em suas diversas formas”, conclui Maria Fernanda Gavazzoni.

Efeito clareador
Maria Fernanda explica que, por inibir uma das etapas da fabricação de pigmento, o uso tópico da vitamina C promove um leve efeito clareador da pele, o que faz dela um bom coadjuvante nos tratamentos de clareamento, apesar da sua ação ser menor do que a da hidroquinona (comumente usada para clarear a pele), com a vantagem de não trazer os efeitos colaterais associados ao uso da substância mais poderosa. E o benefício parece ser consenso entre os médicos. “A vitamina C melhora a distribuição dos melanócitos, células responsáveis pela pigmentação, e é uma boa alternativa para os pacientes que não toleram clareadores à base de hidroquinona”, reitera a dermatologista Mônica Aribi.

Extremamente frágil

VITAMINA C NO PRATO

Thinkstock
Sem dúvida, a vitamina C ingerida, por meio dos alimentos, contribui para a prevenção do envelhecimento, mas quando o assunto é pele, a tópica ainda é mais eficaz. “A vitamina C, proveniente dos alimentos, é necessária para que o organismo sintetize colágeno, proteína estrutural que confere tônus e firmeza para a pele. Além disso, quando ingerida ela também se torna uma arma contra os radicais livres”, esclarece a médica nutróloga Marcella Garcez, diretora da Associação Brasileira de Nutrologia. “Entretanto, a aplicação tópica da vitamina C permite que a sua concentração seja até 20 vezes mais alta do que quando ingerida”, afirma a dermatologista Maria Fernanda Gavazzoni. Em tempo: algumas fontes de vitamina C: frutas cítricas, morango, kiwi, acerola, brócolis, couve, rúcula, abacaxi, cajú, goiaba, papaia, maçã, pera, batata doce, tomate, entre outras.
A vitamina C é um ativo muito vulnerável, isto é, ao menor contato com o ar se oxida e tem suas propriedades alteradas, o que reduz sua eficácia. Por isso, a embalagem dos cosméticos que contêm o ativo faz toda a diferença. As mais indicadas são as que têm válvulas do tipo pump (de apertar, porque evitam o contato com o ar). Mas isso não significa que as outras não sejam seguras, pois há maneiras de preservar suas propriedades incluindo ingredientes na formulação.
De qualquer modo, é bom ter cuidado. Segundo a farmacêutica Mika Yamaguchi, de São Paulo, a oxidação do ativo não apenas compromete seu efeito como pode trazer danos à cútis. “Quando oxidada, por conta do contato com o meio ambiente, ela se torna inativa. E o que é pior: nesse caso,  se transforma em um agente oxidante, isto é, que traz mais radicais livres para a pele”, afirma a especialista. Vale lembrar que não é bom armazenar o frasco em ambientes úmidos e quentes.

Manipulada ou industrializada
As duas versões podem ter formulações que protegem a integridade dos ativos, assim como uma embalagem segura. “No caso do manipulado, há opções de produtos que apresentam uma boa estabilidade como, por exemplo, o Ascorbosilane C, que é uma vitamina C associada ao silício orgânico que  possibilita que o ativo permeie as camadas da pele e tenha uma ação mais efetiva”, explica Mika. Sobre a eficácia, tanto um tipo quanto o outro, trata a pele. “Muitos cremes atuais vêm com a vitamina C microencapsulada, o que a protege da fácil degradação na sua forma simples. Temos bons cremes industrializados que conseguem conter o ativo até 20 %, o que é bastante eficaz para uso tópico”, destaca Mônica Aribi.
Seja qual for a versão, o ideal é seguir uma orientação médica. “O dermatologista sabe as marcas que contêm a molécula em sua melhor forma de absorção, assim como os produtos que, além da vitamina C, contém outros agentes antioxidantes que potencializam sua ação, como a vitamina E e o ácido ferúlico”, explica Maria Fernanda.

Juline Macedo
5° semestre, Ciências Biológicas, UCPel 2013

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