segunda-feira, 25 de março de 2013

A relação entre Mal de Parkinson e estresse oxidativo

A Doença de Parkinson é caracterizada como uma enfermidade neurodegenarativa. Essa doença tem como características desordens no sistema nervoso central (SNC), devido à ocorrência de degenerações das células dopaminérgicas da substância negra, localizada no mesencéfalo. Não se sabe, entretanto, o motivo do aparecimento desses distúrbios. Há ocorrência de distúrbios motores, devido à deficiência na produção de dopamina, que é um neurotransmissor responsável por movimentos voluntários automáticos, aqueles que não precisam ser pensados para serem realizados. Ou seja, os portadores dessa doença têm dificuldades para fazer movimentos voluntários, tendo tremores ao se movimentarem. Entretanto, outras regiões do SNC podem ser acometidas pela doença, podendo levar a disfunções na produção de outros neurotransmissores
Qual é a relação entre Doença de Parkinson (DP) e estresse oxidativo?

Existe uma relação entre os danos na substância negra, causados pela Doença de Parkinson, e a acumulação de ferro no organismo. O ferro, por ser um metal de transição, pode servir como catalisador no processo de formação de radicais livres por meio da reação de Fenton, por exemplo. Esse aumento na formação de radicais livres leva ao desequilíbrio da relação entre a quantidade de radicais livres e a quantidade de antioxidantes, levando ao estresse oxidativo, além de causar mais danos às células neuronais. Existem também relações entre DP e o aumento da lipoperoxidação de membranas, a oxidação de DNA e o esgotamento de GSH. GSH é a forma reduzida da Glutationa, que é antioxidante, regulador de outros antioxidantes e agente detoxicante. 

A terapia para o tratamento no início da DP com 3,4-dihidroxifenilalanina (L-DOPA), que é precursor da dopamina, pode ser também uma causa de estresse oxidativo, levando ao agravamento da DP. O grande problema desse tratamento é que a dopamina é geradora de peróxido de hidrogênio (H2O2) por meio da via monoamino oxidase B. O peróxido de hidrogênio, ao se combinar com um metal de transição, dá origem ao radical hidroxila (OH*), que é o radical livre mais reativo de todos e causa maiores danos ao organismo. Pode-se observar isso por meio das reações abaixo:

Dopamina + O2 + H2O --> L-DOPA + H2O2 + NH3
  
                        Fe2+ + H2O2 --> Fe3+ + OH- + OH*
 
 Existem também de que uma distribuição anormal de ferro nas células da substância negra, enquanto ativas, levaria a uma maior formação de radicais livres, aumentando o estresse oxidativo.
Se essas hipóteses a respeita da relação entre radicais livres e a DP estiverem corretas, tratamentos baseados em antioxidantes poderão ser adotados pra o controle dessa doença.
Outras doenças que têm relação com os radicais livres serão abordadas em posts posteriores.
 
Fontes bibliograficas:  
 
 
 
 
Publicado por:
Academica : Juline K Macedo, 5° semestre, Licenciatura em Ciências Biologicas, UCPel, Pelotas, 2013/1  
  

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