Cardápio ajuda a prevenir Alzheimer
TER MARÇO, 2013
Os dados do IBGE apenas comprovam o que já podemos ver nas
ruas: o número de idosos no Brasil só aumenta. De acordo com o instituto, a
população acima de 65 anos representa 7,4% dos brasileiros, e esse número tende
a dobrar até 2025. E conforme a expectativa de vida aumenta, maiores são as
chances dessa pessoa desenvolver doenças relacionadas à demência, dentre elas o
Alzheimer.Isso
acontece porque os neurônios vão se degenerando naturalmente conforme a idade.
A perda da função cerebral pode afetar a memória, o raciocínio, a linguagem, o
juízo e o comportamento. No entanto, é possível retardar essa degeneração dos
neurônios com a adoção de hábitos saudáveis, como dormir bem, praticar
atividades físicas e ter cuidados especiais com a alimentação. Confira como a
dieta pode ajudar na prevenção do Alzheimer.
Casca de romã
Uma pesquisa realizada na Escola Superior de Agricultura
Luiz de Queiroz (Esalq), da Universidade de São Paulo, em Piracicaba, descobriu
que a casca da romã pode prevenir o surgimento do Alzheimer. Os cientistas
identificaram uma enzina na fruta que tem atuação específica na prevenção da
doença, além dela possuir uma elevada quantidade de antioxidantes. “Esse
nutriente é conhecido por combater os radicais livres, ação que ajuda a
diminuir a perda degenerativa, protegendo contra o Alzheimer e outras demências”,
afirma a nutricionista Érika Suiter, do Hospital Sírio Libanês. É importante
ressaltar que apenas o consumo contínuo da casca de romã pode trazer esses
benefícios, já que ele são percebidos em longo prazo. Os cientistas estão
estudando uma forma de transformar a casca de romã em pó, para colocá-la em
cápsulas, mas você pode consumi-la na forma de suco, por exemplo.
Cafeína
Já foi comprovado que a cafeína age como protetora do
organismo contra o Alzheimer e outras demências. A explicação para o feito ainda
não é clara: por enquanto, a ação antioxidante e anti-inflamatória da
substância são os pontos de destaque para a prevenção. “O café, além de
cafeína, também contém boas doses de ácido clorogênico, substância de conhecida
ação anti-inflamatória, também encontrada em vegetais amarelos ou
avermelhados”, afirma o nutrólogo Roberto Navarro, da Associação Brasileira de
Nutrologia. Um grupo de pesquisadores das universidades do Sul da Flórida e de
Miami, nos Estados Unidos, demonstrou que consumir cafeína pode ajudar a
reduzir as chances de idosos com comprometimento cognitivo leve desenvolverem
doença de Alzheimer. Os resultados, que foram publicados no periódico Journal
of Alzheimer’s Disease, mostraram que beber ao menos três xícaras de café é
capaz de proteger o cérebro do declínio cognitivo. Além do café, outras fontes
de cafeína são os chás preto e mate, o chocolate e o guaraná.
Peixes
Um estudo feito na Escola de Medicina na Universidade de
Pittsburgh (EUA) indicou que idosos que comem peixe assado ou grelhado pelo
menos uma vez por semana protegem o cérebro contra doenças. Os pesquisadores
descobriram que as células do cérebro responsáveis pela memória morriam mais
rápido entre as pessoas que comiam pouco peixe, e 47% delas desenvolveram a
doença de Alzheimer cinco anos após os exames. Por outro lado, apenas 3% das
pessoas que comiam peixe de uma a quatro vezes por semana desenvolveram Alzheimer
ou apresentaram comprometimento leve da memória. O responsável por essa
proteção é o ômega 3, uma ácido graxo que faz parte da estrutura da matéria
cinzenta do cérebro. “Ele promove a comunicação entre as células nervosas,
mantendo-as leves e funcionais, ajudando o cérebro a monitorar o humor, a
memória e a concentração”, explica a nutricionista Érika.
Oleaginosas
Ter uma dieta rica em oleaginosas (como castanhas, nozes e
amêndoas) diminui significativamente as chances de uma pessoa desenvolver o Alzheimer,
afirma um estudo feito pela Universidade Columbia (EUA). Essa conclusão foi
tirada da análise das dietas de 2.148 adultos americanos com mais de 65 anos,
durante quatro anos. De acordo com a nutricionista Érika, esses alimentos são
ricos em selênio, um mineral cuja deficiência pode causar distúrbios na
atividade dos neurotransmissores – substâncias produzidas pelo neurônio que tem
como função levar informações de uma célula a outra. “O selênio ajuda
substâncias como a serotonina, a dopamina e a acetilcolina, que são
fundamentais para a transmissão de mensagens entre os neurônios e o bom
funcionamento cerebral”, diz Érika. Outras fontes de selênio são grãos, alho,
carne, frutos do mar e abacate. Uma unidade ao dia de castanha do pará já
fornece a quantidade diária recomendada de 350mg de selênio para trazer
benefícios ao organismo.
Frutas roxas e vermelhas
Comer uma ou duas porções por dia de amoras pretas,
ameixas, uvas ou mirtilos pode ajudar no combate ao Alzheimer, Parkinson e até
câncer. A conclusão faz parte de um estudo feito na Universidade de Manchester,
no Reino Unido, e publicado no periódico Archives of Toxicology. De acordo com
os cientistas, o responsável por esse benefício é o polifenol, um poderoso
antioxidante. Outro trabalho, desenvolvido pelo Salk Institute for Biological
Studies, na Califórnia (EUA), constatou que um flavonoide chamado fisetina,
presente nas frutas vermelhas, estimula a área do cérebro responsável pela
memória de longo prazo e o protege de doenças degenerativas como o Alzheimer e
a esclerose múltipla. “Essa substância é capaz de desencadear um processo que
permite que as memórias sejam armazenadas no cérebro com mais facilidade e que
o cérebro estabeleça conexões mais fortes entre os neurônios”, diz o nutrólogo
Roberto. O especialista afirma que o morango é a fruta vermelha que mais contém
fisetina.
Azeite de oliva
Velho amigo da saúde, o azeite de oliva extra-virgem é
comumente relacionado à prevenção de doenças cardiovasculares. Entretanto, uma
pesquisa feita pela Universidade de Frankfurt, na Alemanha, descobriu que
existe um composto presente no azeite chamado hidroxitirosol é capaz de impedir
a degeneração dos neurônios, retardando o processo de envelhecimento cerebral.
“O azeite também é rico em vitamina E, um antioxidante que atua na reconstrução
das fibras nervosas”, explica o nutrólogo Roberto. Para obter o benefício,
consuma o azeite na forma in natura para regar saladas ou a comida. Quando é
submetido a altas temperaturas, boa parte das propriedades do óleo são
desperdiçadas.
Cúrcuma
Um estudo realizado pela Universidade da Califórnia, nos
EUA, sugere que comer curcumina uma ou duas vezes por semana pode ajudar na
prevenção do Alzheimer. A curcumina é um dos componentes do cúrcuma,
ingrediente que dá a cor amarelada ao curry indiano. “O tempero possui efeito
anti-inflamatório e antioxidante, ajudando a prevenir o envelhecimento e
eliminar as estruturas no cérebro associadas ao Alzheimer”, afirma Érika
Suiter.
Postado por: Samanta Ávila Fonseca
Ciências Biológicas 5º semestre
Fonte: www.minhavidaorganica.com.br