A catalase é uma enzima intracelular,
encontrada na maioria dos organismos, que decompõe o peróxido de hidrogénio (H2O2)
segundo a reacção química: 2 H2O2 →
2 H2O + O2.
Esta enzima encontra-se nos peroxissomas em animais e plantas e
também nos glioxissomas (apenas em plantas) e no citoplasma deprocariontes.
Pertence à subclasse das
enzimas oxidorredutases que usam o peróxido como aceitador de electrões e também como dador electrónico .
A catalase é portanto uma peroxidase.
Estrutura
São conhecidas diversas estruturas
cristalográficas da catalase, que estão disponíveis na Protein
Data Bank, a maior base de dados do mundo de estruturas de proteínas. O
tipo mais comum de catalase é um tetrâmero de 240 kDa, ou seja, possui quatro cadeias
polipeptídicas na sua estrutura quaternária, com cerca de 60
kDa de massa.
Cada cadeia polipeptídica liga um grupo hemo, semelhante ao que
existe na hemoglobina, possuindo então cada hemo um ião de ferro. É este centro metálico que reage
com o peróxido de hidrogénio.
Função
O peróxido de hidrogénio é um
produto decorrente do metabolismo celular em
organismos expostos ao oxigénio atmosférico. Uma das fontes de peróxido de
hidrogénio é a β-oxidação de ácidos gordos,
necessária para a produção de diversos metabolitos essenciais.
O peróxido de hidrogénio está relacionado com diversas patologias ligadas ao
stress oxidativo.
Sendo tóxico para
as células, o peróxido tem de ser rapidamente convertido numa espécie química
que seja inócua. A catalase tem o mais alto número de turnover (kcat)
conhecido em enzimas: uma molécula de
catalase pode catalisar a decomposição de até 40 000 000 moléculas de peróxido
de hidrogénio por segundo tornando-a numa enzima importante para a
desintoxicação desta substância.
Algumas células do sistema imunitário produzem peróxido de
hidrogénio para uso como agente antibacteriano. As bactérias patogénicas que
possuem catalase são capazes de resistir a este ataque graças à presença da
enzima, conseguindo sobreviver nas células que invadem.
A catalase parece estar
envolvida no mecanismo de envelhecimento ligado ao stress oxidativo: mutantes
de ratinhos expressando uma quantidade superior ao normal de catalase (cerca de
50% a mais) vivem por mais tempo.
Referências
2.
↑ a b c P. Chelikani, I. Fita, e P.C. Loewen, "Diversity of
structures and properties among catalases", Cellular and Molecular
Life Sciences (2004), 61, p.192-208.
3.
↑ M. Rojkind, J.-A. Domínguez-Rosales, N. Nieto, P. Greenwel,
"Role of hydrogen peroxide and oxidative stress in healing
responses", Cellular and Molecular Life Sciences (2002),59(11),
p. 1872-1891
4.
↑ a b NELSON, David L., COX, Michael M., Lehninger Principles of
Biochemistry, 4ª edição, W. H. Freeman, 2005, ISBN 978-0716743392
5.
↑ Richard G. Cutler, "Oxidative Stress and Aging: Catalase Is a
Longevity Determinant Enzyme", Rejuvenation Research (2005), 8(3),
p. 138-140
7.
↑ A. Fersht, Structure and Mechanism in Protein Science,
W. H. Freeman and Company, Nova Iorque, p. 166, 1999
8.
↑ P.A. Southorn "Free radicals in medicine. I. Chemical nature
and biological reactions", Mayo Clin. Proc. (1988), 63,
p. 381-389
Postado por Marcelo Eslabão
Boas referências em colega, enzimas antioxidantes.. conteúdo do trabalho.. boa postagem, transmissão de informação e estudo lado a lado!
ResponderExcluir